sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Onde estás agora / Oh meu amigo?



ONDE ESTÁS AGORA?
                                           ao MAP

  
Onde estás agora
Oh meu amigo?
Nem dentro
Nem fora
Nem muito longe
Nem muito perto
Talvez nos primeiros
Raios da aurora
Talvez no deserto
No mais incerto
E improvável
Lugar

Onde estás agora
Oh meu amigo
Que não te oiço?
Talvez no fim
Da estrada
Envolto em poeira
Numa cadeira
De baloiço
Em frente ao grande
Tudo
Ou ao grande
Nada

Jorge Sousa Braga

terça-feira, 27 de novembro de 2012

«Caravana Doors – Uma viagem luso-americana», de Rui Pedro Silva

 
Caravana Doors – Uma viagem luso-americana

Rui Pedro Silva


ISBN: 978-989-8618-11-5

Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros

Formato: 17×24 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 416 (com reproduções)

Caravana Doors
foi concebida numa consistente união de factos que resultou em parte do desejo da Universidade da Califórnia apreender com exactidão as origens do fenómeno Doors – que se produziu no âmago do campus – e conhecer também o impacto desse fenómeno na cultura e vivência portuguesa (origem do pesquisador). Nessa dinâmica, Rui Pedro Silva viveu e trabalhou em Los Angeles (2009) como investigador residente na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles – onde Jim Morrison, Ray Manzarek e Francis Ford Coppola se formaram em cinema). O resultado é impressionante. Caravana Doors apresenta-nos personalidades marcantes, histórias novas, desmistificações e material raro, fruto de um trabalho único e profundo de investigação sobre as raízes dos Doors; do impacto do fenómeno na imprensa portuguesa, contexto social e cultural português ao longo das décadas e uma série de entrevistas a personalidades nacionais de diferentes expressões artísticas.




Rui Pedro Silva é um destacado autor internacional dos Doors. Nasceu no Porto, onde em 2000 se licenciou em Ciências da Comunicação. Desde essa altura desenvolveu uma vasta pesquisa, estabeleceu parcerias com artistas nacionais e internacionais, inclusive com os Doors, staff original, reputados biógrafos (como Jerry Hopkins e Danny Sugerman, autores do best seller Daqui Ninguém Sai Vivo), amigos íntimos de Jim Morrison, dos outros Doors, etc. Do seu longo e consistente percurso destaca-se a elaboração de uma tese académica de contraste entre a complexa personalidade do homem/poeta James Douglas Morrison (Jim Morrison) e o seu mito «O Rei Lagarto», estrela de rock. Em 2001, e após um escrutínio nacional da Warner e de uma rádio nacional portuguesa, foi escolhido para representar Portugal nas celebrações dos 30 anos da morte de Jim Morrison onde esteve com Ray Manzarek e Danny Sugerman nas homenagens ocorridas a 3 de Julho em Paris.
Em 2003 foi lançada a edição nacional do Contigo Torno-me Real, o primeiro livro do autor. Recebeu uma excelente crítica de imprensa e o seu trabalho revelou-se um sucesso imediato junto dos leitores. Em 2008, e depois de vários anos de profunda investigação, surgiu a versão internacional do Contigo Torno-me Real. Uma obra completamente diferente na profundidade da abordagem, aclamada pela crítica e distinguida internacionalmente. As participações de excelência, o material raro, inédito e a pesquisa de qualidade foram premiadas com uma «Menção Honrosa» no «London Book Festival». Um livro português destacado entre milhares maioritariamente em inglês e espanhol. Um mérito que levou a mítica UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) a abrir pela primeira vez as suas portas a um investigador residente neste tema.

JÁ DISPONÍVEL NAS LIVRARIAS.
Estão previstas várias sessões de apresentação e de autógrafos na primeira quinzena de Dezembro.
Esteja atento(a) a próximas notícias.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

«A Última Imagem – Fotografia de uma ficção», de Margarida Medeiros

A Última Imagem – Fotografia de uma ficção
Margarida Medeiros


ISBN: 978-989-8618-10-8

Edição: Outubro 2012

Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros

Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 136 (com reproduções)


[ Em colaboração com o CECL ]

A Última Imagem – Fotografia de uma ficção
conta a história de uma ficção «científica» e popular em torno das possibilidades de o olho humano se transformar numa verdadeira máquina fotográfica, registando a última imagem vislumbrada antes da sua morte. Uma história através da qual se podem observar os laços e entrelaços que ligam as fantasias sobre automatismos corporais com o desenvolvimento das ciências da visão no século XIX. Percorrendo fontes da época, entre as quais a literatura, o livro segue os diferentes caminhos onde chegam semelhantes fantasias despoletadas pela recente invenção da fotografia.

Margarida Medeiros é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Coimbra e Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Desde 1990 que publica em jornais, revistas e catálogos na área da história e da crítica de fotografia; entre os publicados contam-se Fotografia e Narcisismo – O auto-retrato contemporâneo (Lisboa, Assírio & Alvim, 2000) e em 2010 Fotografia e Verdade – Uma história de fantasmas, pela mesma editora. Em 2008 editou o n.º 39 da Revista de Comunicação e Linguagens sob o tema «Fotografia(s)». Actualmente lecciona no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa na área de Cultura Visual e Fotografia.


Este livro foi apoiado pelo pelo Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (Universidade Nova de Lisboa) e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

sábado, 24 de novembro de 2012

«Império», de Alexandre Melo, André e. Teodósio, Vasco Araújo


Império
Alexandre Melo, André e. Teodósio, Vasco Araújo


ISBN: 978-989-97719-7-0

Edição: Outubro 2012

Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros

Formato: 15,5×23,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 120 (com reproduções)

edição especial à venda nas nossas livrarias
100 exemplares (com a reprodução dos fotogramas a cores), numerados de 1/100 a 100/100 e assinados pelos autores
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros

Deste livro fez-se uma tiragem normal de 400 exemplares e uma tiragem especial de 100 exemplares (com a reprodução dos fotogramas a cores), numerados de 1/100 a 100/100 e assinados pelos autores.

«Este livro inclui o texto (de André e.Teodósio) bem como uma selecção de imagens do vídeo Impero (Vasco Araújo, 2010), uma adaptação da transcrição de três conversas entre os autores e um conjunto de frases (de Alexandre Melo) reunidas sob o título «Tudo».
O ponto de partida do projecto foi a constatação de coincidências entre o vídeo, em vias de realização na cidade de Roma, e uma série de reflexões, surgidas em conversas informais ou em textos dispersos, a respeito de questões centradas na ideia de poder, nas suas várias acepções. A relação entre as noções de poder e império induziu um processo de ficcionação de personagens históricas que pudessem proporcionar uma maior liberdade discursiva e especulativa.
Com base nestes elementos foi organizado um conjunto de conversas destinadas a serem gravadas, transcritas e re-escritas, ainda que sem perda do seu carácter improvisado e coloquial.
As conversas, tendo como tópicos orientadores o poder, o amor e a encenação, tiveram lugar ao fim da tarde, no terraço de um hotel em Roma, nos dias 21, 22 e 23 de Junho de 2010. O tom combina os registos da ficção teatral, especulação abstracta e comentário de actualidade. Não deixando de ser o que são, os intervenientes representam as suas próprias personagens e convocam, sem preocupações com o rigor histórico, as figuras de César, Otávio e Cícero.
Entendeu-se que as referências a Roma e ao Império Romano e a adopção de uma metodologia híbrida na discussão e na forma de apresentação do livro, poderiam contribuir para um alargamento do espaço de interpretação e invenção também por parte dos leitores.» [ Introdução ]


                           Fotogramas do vídeo Impero, de Vasco Araújo



[ CONVITE PARA LANÇAMENTO ]

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

«Retrato de um decadente», por José Riço Direitinho



«Figura vistosa de maquilhagem e de vestuário exibicionista, o jornalista e escritor francês Jean Lorrain (1855-1906) - pseudónimo de Paul Duval, nascido numa aldeia normanda - passeou durante 20 anos, quase sempre de maneira provocatória, a sua persona trágica e decadente pela Paris fin de siècle.
[...]
Era um homem "abominavelmente depravado", nas palavras de Sarah Bernhardt. Como jornalista provocou bastantes ódios, sobretudo entre a classe intelectual, e não escapou ao "código de honra" da época: duelos e tiros de pistola nas clareiras dos bosques dos arrabaldes de Paris. Maupassant e Verlaine quiseram defrontar-se com ele para limparem a honra com umas quantas balas - foram convencidos a tempo de que o que Lorrain escrevera não lhes manchava a reputação -, mas foi com "o jovem e encantador Marcel Proust" que chegou a vias de facto no bosque de Meudon, embora "os dois atiradores só tivessem alvejado o vazio acima das suas cabeças" conforme cita o tradutor Aníbal Fernandes na sua (como sempre) sábia e lúcida introdução à obra recentemente publicada.
[...]
A imaginação delirante do Senhor de Bougrelon, com as sucessivas entradas e os inesperados abandonos da narração, e os retratos vívidos de autênticas visões de lupanar ou de café licencioso, erguem uma "realidade" em que o leitor vai aos poucos deixando de acreditar, mas com que continua a comover-se.»

José Riço Direitinho, «Retrato de um decadente», «Ípsilon» / Público [onde pode ser lido na íntegra], 16 de Novembro de 2012.

«Império» [ convite para o lançamento ]

[ clicar na imagem para a ampliar ]

terça-feira, 20 de novembro de 2012

«Cibercultura e Ficção»


Cibercultura e Ficção

ISBN: 978-989-8618-09-2


Edição: Novembro 2012


Preço: 21,70 euros | PVP: 23 euros


Formato: 16×22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 384


[ Em colaboração com o CECL ]


Organização de

Jorge Martins Rosa


Autores
Aline Ferreira | Ana Barroso | António Fernando Cascais | Artur Matos Alves | Daniel Cardoso | Ermelinda Maria Araújo Ferreira | Filipe da Costa Luz | Gonçalo Furtado | Herlander Elias | Ieda Tucherman | Isabel Brison | João Rosmaninho Duarte Silva | Jorge Martins Rosa | José da Costa Ramos | Manuel Bogalheiro | Margarida Medeiros | Maria Augusta Babo | Maria do Rosário Monteiro | Patrícia Proença | Paulo da Silva Quadros | Paulo Tavares | Pedro de Andrade | Raquel Botelho | Rui Pereira Jorge | Sandra Bettencourt 

«Que afinidades podem encontrar-se entre a ficção e as ideias-chave da cibercultura, como os mundos virtuais ou o conceito de pós-humano? Sabê-lo foi o objetivo do projeto de investigação «A Ficção e as Raízes de Cibercultura», acolhido pelo Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (Universidade Nova de Lisboa) e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Neste volume, que reúne textos do colóquio integrado nesse projeto, apresentados pela equipa e por outros investigadores no universo lusófono, destaca-se a diversidade de abordagens e de respostas. Seja emtextos obscuros de finais do século XIX e início do XX, no previsível género da ficção científica, emautores canónicos como Forster, Beckett e Borges, ou noutros meios de expressão como o cinema, abre-se aqui um rico mas ainda pouco explorado terreno de pesquisa sobre o imaginário tecnológico contemporâneo e o seu passado recente.»


CONVITE PARA LANÇAMENTO

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

«Foi abatido com dois tiros na nuca», faz hoje 70 anos.

Bruno Schulz, auto-retrato

«No dia 19 de Novembro de 1942, dirigia-se Bruno Schulz para o ghetto quando percebeu que estava a ser perseguido por um grupo de SSs. Como reacção pôs-se em fuga, um bom pretexto para ser alvejado. Foi abatido com dois tiros na nuca; e o advogado Izydor Friedman, que presenciou a cena, garantiu mais tarde que esses dois tiros tinham sido dados por Günther. E também são seus estes pormenores: "Quando anoiteceu fui procurar o cadáver. Despejei-lhe os bolsos.Todos os documentos e papéis que lá encontrei foram entregues a Zygmunt Hoffman, que viria pouco depois a morrer. De madrugada fui enterrar o Bruno no cemitério judaico."»

Aníbal Fernandes, na apresentação de As Lojas de Canela, Sistema Solar, 2012

sábado, 17 de novembro de 2012

«Entre a Terra e o Céu», de Rui Chafes


Entre o Céu e a Terra
Rui Chafes


ISBN: 978-989-97719-6-3

Edição: Outubro 2012

Preço: 9,43 euros | PVP: 10 euros

Formato: 17×21 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 64 (com reproduções)

«Luz e trevas são a mesma coisa, em ambas reside a mesma energia. Quem possui ouro no seu âmago tem de aprender a trabalhar com ele, para que as outras pessoas consigam ver que, por trás da aparente escuridão, existe um ser de luz, um ser luminoso. A luz vem das trevas, pois é aí que nasce a luz.»


Rui Chafes, «O perfume das buganvílias», Entre o Céu e a Terra

«Reunindo a autobiografia do escultor (tão exacta quanto a memória o permite) e o registo de uma sua conferência, Entre o Céu e a Terra testemunha uma posição no mundo e, ao mesmo tempo, a dificuldade de resistir, sem nunca desistir.
Também a resistência poética que uma obra oferece, inclusivamente ao seu próprio autor, é a medida da sua qualidade. Uma obra de arte exige trabalho e esforço do público, não pode ser apenas mais um sedutor espectáculo para preguiçosos. Ela não deve menosprezar o espectador, tem de o ajudar a defender a sua dignidade nesta era de massificação, banalização, frivolidade, superficialidade, efemeridade mediática, consumismo desenfreado e sensacionalismo que espelham a vacuidade dos desígnios desta civilização do espectáculo que nos habituámos a aceitar com passiva indiferença.
Na esterilidade deste vazio, não se pode desistir de procurar a beleza e a verdade. Há que densificar o trabalho, para que possa existir espírito e pensamento. Será necessário instaurar pontos ásperos, baços, rugosos, e foscos num mundo escorregadio, brilhante e digital.» [Contracapa]

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

«As Lojas de Canela», de Bruno Schulz


As Lojas de Canela

Bruno Schulz


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-18-8

Edição: Novembro 2012

Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros

Formato: 14,5×20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160 (caderno em papel de cor com desenhos do autor)


No dia 19 de Novembro de 1942, dirigia-se Bruno Schulz (1892-1942) para o ghetto quando percebeu que estava a ser perseguido por um grupo de SSs. Como reacção pôs-se em fuga, um bom pretexto para ser alvejado. Foi abatido com dois tiros na nuca; e o advogado Izydor Friedman, que presenciou a cena, garantiu mais tarde que esses dois tiros tinham sido dados por Günther. E também são seus estes pormenores: «Quando anoiteceu fui procurar o cadáver. Despejei-lhe os bolsos. Todos os documentos e papéis que lá encontrei foram entregues a Zygmunt Hoffman, que viria pouco depois a morrer. De madrugada fui enterrar o Bruno no cemitério judaico.» […]
Em 1960, o crítico polaco Arthur Sandauer revelou a editores franceses e alemães um escritor do seu país que Cracóvia acabava de voltar a pôr à disposição do público com As Lojas de Canela (aqui numa tradução feita a partir dos seus textos francês e inglês). Desde logo houve a precipitação de ser comparado com Kafka. Estavam confundidos no que parecia uma mesma tradição bíblica e nos mitos que ela alimenta; e até acontecia que a metamorfose em insecto de Gregor Samsa era repetida em Jakub, o Pai das histórias de Schulz. Eram no entanto separados por algo de mais fundamental: ao asceticismo de Kafka opunha-se a sensualidade de Schulz; à secura estilística de Kafka a exuberância verbal de Schulz, o delírio de um amante das palavras que a todo o momento travavam batalha dura para as dominar. Tinha sido preciso esse meio século para o autor de uma tão brilhante singularidade literária começar a ser reconhecido como nome central da literatura polaca, para o autor de tão belos desenhos, com Vénus à Masoch e homens humilhados, alimentar álbuns e surgir em exposições públicas que mostravam o melhor do seu nunca concluído Livro Idólatra. [A.F.]

«O Mentiroso», de Henry James


O Mentiroso

Henry James


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-15-7

Edição: Novembro 2012

Preço: 9,43 euros | PVP: 10 euros

Formato: 11,8×16,6 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 120 (extratexto a cores)


O escritor Henry James (1843-1916) prolongou-se numa obra literária de 135 títulos publicados entre 1864 e 1917 (na sua maior parte com o texto posteriormente revisto pelo autor) e coleccionados nos 24 volumes de The Novels and Tales of Henry James da New York Edition de 1917. Reconhecido com parcimónia pela crítica e pelo público do seu tempo, prejudicado pela fama de escritor difícil e com histórias de acção mínima espalhada por um grande número de páginas, depois da sua morte passou por um esquecimento quase absoluto até à «redescoberta» que o mantém hoje como grande referência na literatura em língua inglesa do final do século XIX. O reaparecimento deste gigante foi desde logo celebrado por T.S. Eliot e Ezra Pound; foi tema de um emocionado poema de W.H. Auden: «Oh, severo procônsul de indóceis províncias / Oh, poeta da dificuldade, querido artista consagrado», são dois dos seus versos; sugeriu ao narrador de The Green Hills of Africa (a conhecida novela de Ernest Hemingway) a sua inclusão entre os maiores escritores da América, ali associado a Stephen Crane e Mark Twain. […] Este poet of the difficult celebrado por Auden – o que afastava leitores das suas ficções mais extensas – fazia-se mais acessível quando o número de palavras aceite por jornais e revistas o constrangia à disciplina da história não diluída naquela onda larga, a que melhor servia e mais brilho dava, de resto, à sua experiência formal. James também sabia levar a bom termo um esforço de contenção que atingia com poucas páginas o que ele chamava the real thing (a coisa autêntica) – título, aliás, de um destes textos, e considerava objectivo central em toda a exposição literária. Cerca de 80 ficções dominadas por esta economia surgiram nas suas Obras Completas de Nova Iorque. Há nas ficções curtas de James bastantes surpresas ligadas à sua arte de saber insinuar conteúdos latentes sob outros explícitos, de ultrapassar as evidências do visível, de nos obrigar a descobrir qual é the figure of the carpet (o nunca descrito desenho do tapete).
O Mentiroso é uma das suas pequenas novelas menos conhecidas e, apesar disso, dominada por uma cintilante singularidade. [A.F.]

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Rui Chafes no CCB

[clicar na imagem]

«Lógica do Acontecimento – Introdução à Filosofia de Deleuze», de Sousa Dias

 
Lógica do Acontecimento – Introdução à Filosofia de Deleuze

Sousa Dias


ISBN: 978-989-8618-14-6
Colecção Linhas de Fuga 1

Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Edição: Outubro 2012
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 208

«"A história da filosofia não é uma disciplina particularmente reflexiva. Antes é como a arte do retrato na pintura. São retratos mentais, conceptuais. Como na pintura, é preciso fazer parecido, mas por meios que não são parecidos, por meios diferentes: a parecença deve ser produzida, e não meio de reproduzir (o autor limitar-se-ia a repetir o que o filósofo disse) (…) A história da filosofia deve, não repetir o que disse um filósofo, mas dizer o que ele subentendia necessariamente, o que ele não dizia e que está porém presente no que ele dizia". Bastam decerto estas palavras do próprio Deleuze para desautorizar este nosso estudo, sem dúvida demasiado escolar, reprodutivo. Mas talvez não completamente frívolo, atentando na escassa bibliografia sobre ele existente, sintomática mas injusta ressonância da coerência exemplar de uma criação avessa a compromissos com as condições da época. Através de um jogo de colagens de textos, de manipulações e de simplificações, de omissões e de ênfases, quisemos extrair da complexa obra deleuziana uma sóbria linha articulatória capaz de se propor como uma auto-apresentação do criador. E de traçar os contornos originais da sistematicidade e, nesse sentido, do ostensivo classicismo de um dos mais estimulantes pensamentos do nosso tempo.» 
[...]
A concluir, como caracterizar em termos sumários o efeito único do trabalho de Deleuze sobre a cena filosófica, como dar conta do efeito-Deleuze? Como dizer o deleuzianismo como Acontecimento filosófico? Um vento, uma ventania refrescante, uma atmosfera mais respirável, mais habitável, mais livre. A suscitação do desejo, desejo de pensar, de ver e de ler mais, sem proceder por memória, por consciência cultural, vontade de uma vida mais intensa, um irresistível efeito nómada, segredo de estilo. A filosofia como pathos, uma paixão de pensar motivada não imediatamente por problemas, muito menos pela tradição, mas sempre por circunstâncias práticas, por situações concretas, por estados vividos, e como sua despersonalização. O pensamento como heterogénese, mas em nós, de nós. O conceito como passagem de um concreto a outro concreto, a teoria como passagem de uma prática a outra prática. Vitalismo. Viagem. Ou "devir não humano
dos homens", fulgor desta fórmula, prescritiva tanto quanto especulativa, toda uma metafísica e toda uma ética. Toda uma negação do finito como medida humana, do espírito de finitude como infidelidade ao pensamento e à vida, dos limites e impossibilidades que fazem os nossos conformismos, toda uma exposição activa ao que nos excede, e uma afirmação desse excesso, do infinito-impessoal, como a nossa medida, a nossa realidade transcendental.»
[da Conclusão]


Sousa Dias
nasceu no Porto em 1956. Professor. Publicou, entre outros livros, Questão de estilo (colectânea de textos de teoria da literatura e da arte), O que é poesia? (ensaios de teoria crítica) e Grandeza de Marx – Por uma política do impossível.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ethos e Polis

  
Livraria do Chiado, 13 de Novembro de 2012

«A ética é, provavelmente, a disciplina filosófica que está mais exposta às críticas da opinião comum. Isto é compreensível, se atendermos a que as questões que ela formula e a que tenta dar respostas filosoficamente fundadas são, no fundo, perguntas que qualquer ser humano, mais tarde ou mais cedo, de uma maneira ou de outra, acaba por se colocar a si próprio na vida.» 

José Manuel Santos, Introdução à Ética.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

«Introdução à Ética», de José Manuel Santos


Introdução à Ética
José Manuel Santos


ISBN: 978-989-8618-12-2
 
Colecção Ethos e Polis 2

Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros

Edição: Novembro 2012
 Formato: 16×22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 304

[ Em colaboração com o Instituto de Filosofia Prática ]

A ciência tenta descrever, o mais rigorosamente possível, o que é ou acontece. De certa forma desenha um mapa da realidade. Conservando a metáfora geográfica, podemos talvez dizer que a finalidade da ética, enquanto ramo da filosofia, não é o desenho de um mapa mas a fabricação de uma bússola. Tanto a antiga questão de Sócrates, «como viver?», como a mais recente de Kant sobre o significado do «dever» moral, «o que devo fazer?», não têm por resposta a positividade de factos visíveis mas a possibilidade invisível da normatividade. Estas perguntas, que estão na origem da ética, exprimem uma inquietude fundamental de todo e qualquer ser humano, que se concretiza numa necessidade de orientação nas relações com os outros, consigo mesmo, com os animais não humanos ou mesmo com a natureza no seu todo.
Nesta Introdução à Ética optou-se por combinar os dois modelos habitualmente seguidos pelos prolegómenos a este ramo da filosofia. Assim, na primeira parte, de carácter sistemático, são introduzidos os principais conceitos da ética, as suas tarefas, os seus objectivos e um panorama dos diferentes tipos de teoria ética. Na segunda parte, de carácter histórico, são apresentadas as éticas de referência de Aristóteles e Kant, a filosofia prática de Epicuro e algumas teorias éticas contemporâneas (Apel, Habermas, MacIntyre, Nussbaum).

José Manuel Santos, nascido em Lisboa, estudou filosofia em Paris e Colónia, tendo-se doutorado na Universidade de Paris I. Ensinou filosofia na Universidade de Wuppertal (Alemanha). É actualmente Coordenador do Instituto de Filosofia Prática e Professor Associado na Universidade da Beira Interior, onde dirige o Doutoramento em Filosofia. As suas áreas de investigação e publicação são a filosofia contemporânea (em particular fenomenologia), a ética e a filosofia política.


Lançamento esta tarde, às 18:30, na nossa livraria do Chiado.

Pátio Siza — Entrada pela Rua Garrett, 10 ou pela Rua do Carmo, 29

Apresentação de Viriato Soromenho Marques
.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Viriato Soromenho Marques apresenta «Introdução à Ética»



A editora DOCUMENTA convida para
o lançamento do livro de

José Manuel Santos
INTRODUÇÃO À ÉTICA


13 de Novembro (terça-feira), às 18h30

apresentação por
Viriato Soromenho Marques


Livraria Assírio & Alvim | Chiado
| Lisboa
Pátio Siza — Entrada pela Rua Garrett, 10 ou pela Rua do Carmo, 29

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Introdução à filosofia de Deleuze


«Resistir, resistir, problema não só da arte mas ainda da filosofia, tarefa filosófica fundamental, função do conceito na era da comunicação e da cultura mediática, e que Deleuze enuncia como tarefa de uma crença ou de uma fé a restabelecer pelo pensamento. "Necessitamos de uma ética ou de uma fé, o que faz rir os idiotas; não é uma necessidade de acreditar noutra coisa, mas uma necessidade de acreditar neste mundo, de que os idiotas fazem parte". "É possível que acreditar neste mundo, nesta vida, se tenha tornado a nossa tarefa mais difícil, ou a tarefa de um modo de existência a descobrir sobre o nosso plano de imanência hoje". E não admira que esse problema se apresente como o do pensamento e da arte, ou que sejam artistas e filósofos que mais profundamente o sintam e ponham. É que, diz Deleuze, longe de constituir uma finalidade em si mesmo o acto criador representa sempre uma tentativa de libertar a vida do que a prende, um esforço para fazer passar uma corrente de vida, para afirmar a vida como força supra-pessoal. Haverá assim um estreito laço entre criação e vida, um vitalismo intrínseco de toda a criação tanto filosófica como estética.» [sublinhado nosso]

Sousa Dias, Lógica do Acontecimento - Introdução à filosofia de Deleuze [ brevemente na Documenta ]


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

«Éden - O filme desta terra» [ o filme e o livro ]

[ clicar na imagem para a aumentar ]

«No sábado, dia 3 de Novembro, passará na Letra E do Espaço Llansol o filme de Tomás Maia e André Maranha Éden, o filme desta Terra, e será apresentado o livro que o acompanha, com a versão vídeo em DVD (edição da Documenta*).» ESPAÇO LLANSOL

*Uma edição «única & limitada» que estará brevemente à venda nas nossas livrarias da Rua Passos Manuel e do Chiado, em Lisboa.