segunda-feira, 28 de abril de 2014

SABIA QUE...


Fausto Bordalo Dias, o mais lusíada dos cantores portugueses, cantava Beatles num conjunto ié-ié angolano? 

Rui Nazareth, um dos pioneiros do rock nacional, é hoje um reputado físico nuclear no Brasil? 

Júlio Pereira, o especialista em cavaquinho e viola braguesa, fez parte dos Playboys, considerados os “Bee Gees portugueses”? 

José Cid, um dos mais eclécticos músicos portugueses, está por detrás da famosa “Gaivota” de Ermelinda Duarte? 

Kátia Guerreiro fez um pé de dança nos Charruas, de Santarém? 

Carlos Correia, o famoso Bóris, elemento-chave na “Grândola” de José Afonso, foi músico ié-ié em Coimbra, onde hoje é professor catedrático e Doutor em Física? 

Mário Assis Ferreira, antigo presidente de casinos, foi guitarrista e manager do Quinteto Académico? 

Vinte anos antes de “Chico Fininho”, já Daniel Bacelar e os Conchas cantavam rock português?

Fernando Tordo, muito antes da estrondosa abalada para o Brasil, fez parte de três conjuntos ié-ié: Golden Stars, Deltons e Sheiks? 

Os Sheiks foram a banda de suporte do único disco português da luso-francesa Catherine Ribeiro, tida como a Nico francesa? 

A Chave foi em 1969 o primeiro conjunto português a tocar cítara? 

Luís Rego, futuro músico/actor dos Charlots, foi o primeiro artista português a musicar Fernando Pessoa? 

Daniel Proença de Carvalho foi em Coimbra um dos pioneiros da música moderna portuguesa na viola-baixo? 

Rui Pato, habitual viola de José Afonso, foi músico ié-ié nos Scoubidous? 

Os Chinchilas queriam tanto vencer o Concurso Ié-Ié no Teatro Monumental que se inscreveram com nomes diferentes? 

António Martins da Cruz, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva, fez parte do júri? 

A boîte Caruncho tinha uma DJ mulher…? 

Os Conchas eram os “Everly Brothers portugueses” e Daniel Bacelar o “Ricky Nelson português”? 

Nem o Conjunto Académico João Paulo nem os Titãs, dois dos principais conjuntos ié-ié, quiseram participar no Concurso do Monumental, os Sheiks acabaram por desistir por uma questão de datas e os Claves ganharam, com polémica, aos Rock’s, de Eduardo Nascimento (Angola)? 

Arquitecto na Suíça, Sousa Pinto teve a tocar no seu conjunto o actual deputado e antigo ministro do PS José Lello, que também tocou nos Titãs e teve uma carreira a solo? 

Ana Delgado, a primeira voz feminina do ié-ié português, é hoje docente universitária em Leipzig? 

Daniel Bacelar é autor e intérprete das primeiras canções ié-ié de sempre: “Fui Louco Por Ti” e “Nunca”?

Luís Moutinho, professor universitário na Escócia, filho de Pedro Moutinho e de Maria Leonor, duas das principais vozes da rádio de então, era considerado o “Ringo Starr lusitano”? Com Fernando Tordo fez os Deltons e o manager era Rui Oliveira Costa, conhecido comentador desportivo? 

Luís Jardim, júri profissional de concursos televisivos, era, aos 15 anos, viola-ritmo dos Demónios Negros, do Funchal, e cantava em português “Yesterday”, dos Beatles?

António Pinho, letrista da Filarmónica Fraude e da Banda do Casaco, começou como baterista dos G-Men?

Henrique José, filho de Max, da “Mula da Cooperativa”, integrou os Diamantes Negros, de Sintra? 

O Duo Ouro Negro começou como trio?

Cândido Mota, actor e famosa voz da rádio, fez parte dos Baby Twisters com Edmundo Falé que também foi dos Ekos?

Eduardo Nascimento foi recordista angolano em 200 metros bruços?

Os Ekos inauguraram a famosa boîte 7 ½, em Albufeira, onde conheceram Cliff Richard que os aconselhou a cantar em português?

Por terem perdido o Concurso Ié-Ié, os Espaciais mudaram de nome para Psico e ganharam o festival do CITU?

O conhecido chèf de cozinha Michel Costa foi baterista dos Fanatic’s, conjunto formado no Liceu Francês, em Lisboa?

Teresa Paula Brito seria a única presença feminina do abortado Festival dos Salesianos que a Polícia de Choque não permitiu que se realizasse?

O jornalista-escritor João Alves da Costa fez parte dos Jets, cuja capa psicadélica do seu único EP, da autoria de Carlos Fernandes, figura como “tesouro escondido” nos livros internacionais da especialidade?

O antigo presidente da Sony em Portugal, Carlos Pinto, foi a voz de “Penina” que Paul McCartney ofereceu aos Jotta Herre?

António Santos, antigo jornalista da RTP e assessor de Imprensa de António Guterres, fez parte dos Rapazes?

Os Sheiks deram 4 vencedores do Festival RTP da Canção?

O cineasta Rui Simões, “Deus, Pátria, Autoridade” (1976), “Bom Povo Português” (1980), “Ruas da Amargura” (2012), “Guerra ou Paz” (2014), foi o primeiro manager dos Sheiks e o segundo foi Rui Oliveira Costa?

Jorge Palma começou com os Jets, mas mais a sério com o Sindicato. Aprendeu a tocar viola com Carlos Bastos que foi dos Chinchilas?

Paulo Alexandre, o eterno “Verde Vinho”, começou nos discos com os Telstars, os chamados “Shadows portugueses”?

Os Titãs fizeram em 1963 a primeira versão eléctrica de sempre de uma canção de José Afonso. 

Os Tubarões consideravam que a Dona Urraca, nome que tinham dado à carrinha VW pão de forma, fazia parte do conjunto?

Eduardo Ferro Rodrigues, futuro secretário-geral do PS e ministro, foi um dos colaboradores do programa “23ª Hora” da Rádio Renascença?

Victor Gomes, um dos mais icónicos “rockers” portugueses, foi hoquista, pugilista, caçador africano, traficante de carne seca, mecânico de automóveis, futebolista ao lado de Eusébio na selecção moçambicana?

Os Vodkas chegaram a temer que o seu nome não fosse homologado por ínvias relações com a União Soviética?

Zeca do Rock foi o primeiro a gravar um “yeah” numa canção?

Os Zoo mandaram um telegrama à NASA oferecendo-se para dar um espectáculo na Lua?



A história dos conjuntos de rock português dos anos 60 em 
Biografia do Ié-Ié, de Luís Pinheiro de Almeida, Documenta (2014). 


328 páginas, das quais 36 a cores, 
de biografias, fotografias, imagens, histórias e contextualizações. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

«Biografia do IÉ-IÉ», de Luís Pinheiro de Almeida

Biografia do IÉ-IÉ 
Luís Pinheiro de Almeida 

Prefácio por Luís de Freitas Branco 
Introdução de Afonso Cortez 

ISBN: 978-989-8566-54-6 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 21,70 euros | PVP: 23 euros 

Formato: 16,5x24 cm (brochado, com badanas) 

Número de páginas: 328 (32 páginas a cores)


A geração IÉ-IÉ tinha estilo, grande auto-estima, era muito vulnerável ao apelo de ideias novas, revolucionárias até, e, claro, muito sensível e atraída pela liberdade de escolha e de expressão. Lembro-me do cheiro do vinil, do Valentim de Carvalho, das capas dos EP e LP, do Salut Les Copains, do desespero que vivi quando o meu primeiro 78 rotações do Bill Halley, que ainda cheguei a ouvir numa reles grafonola, se partiu em cacos. Das festas e reuniões, dos namoros, da animação e do divertimento espontâneo e saudável, tudo isso com a «nossa» música como pano de fundo e elemento aglutinador. [Luís de Freitas Branco

Luís Pinheiro de Almeida [Coimbra, 1947], licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, e é jornalista profissional desde 1973. Foi Director-adjunto de Informação da Agência Lusa. No que à música diz respeito, é fundador do jornal Blitz (1984), co-autor de Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa (Círculo de Leitores, 1998, esgotado) e Beatles em Portugal (Documenta, 2012). É autor e/ou co-autor dos programas de rádio Amigos de Alex (1985-1995) e Ob-La-Di Ob-La-Da (1988-1991), nomeados para Sete de Ouro, Há Horas Felizes (1991-1993), todos na RFM, Mensageiro da Moita (2000-2004), na Rádio Voxx, e VivaMúsica (1985-1989), na RTP. Fez parte do júri do Festival RTP da Canção em 1988, e foi director da agência de notícias da EXPO-98 e director do portal de Cultura NetParque (2000-2002). Coordenou diversas colectâneas de música, entre as quais Biografia do Pop/Rock (Movieplay, 1997), All You Need Is Lisboa, com versões portuguesas de canções dos Beatles (EMI, 2004), Óculos de Sol, Vozes da Rádio, Melodias Para Sempre, Volta a Portugal e Love Me Do sobre os 50 anos dos Beatles (todas em iPlay, 2010 a 2013). Comprou o seu primeiro disco de música ié-ié portuguesa em Coimbra no dia 20 de Julho de 1964, um EP instrumental dos Titãs com uma versão de «Menino de Oiro», de José Afonso.

«gabinete > panero», de Pedro Saraiva


gabinete > panero 
Pedro Saraiva 

Texto de Maria João Gamito 

ISBN: 978-989-8566-53-9 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 

Formato: 15x21 cm (brochado) 

Número de páginas: 112 (a cores) 

[ em colaboração com a Fundação Carmona e Costa ]


A caixa com as inscrições 1602B.CS é tudo o que resta da vida e da obra de Panero. Mesmo sabendo que a vida se cumpriu inteiramente na escrita que a escreveu, mesmo sabendo que a obra — ou o que dela se conhece, e foi tudo o que aconteceu — cabe na caixa que agora vemos e de onde nunca saiu, aquilo a que assistimos, indiferentes ao que sabemos, é à invenção do impulso que, entre reflexos e citações, recupera a memória dos lugares que antecedem a criação dos museus e, mais recentemente, a norma asséptica do cubo branco. 

Na invenção desse impulso, Pedro Saraiva é o coleccionador e o autor de uma metaficção — ficção (da obra e do autor) dentro da ficção (da arte) — onde a privacidade e o anonimato se confundem, como, em cada uma das ficções que a constituem, se confundem o artista e a obra, o autor e o coleccionador. Idem per idem. [Maria João Gamito

Pedro Saraiva (Lisboa, 1952) vive e trabalha em Lisboa. Artista plástico representado em colecções particulares e públicas (Galeria Redies, Centro Cultural de Almansil, Casa-Museu Teixeira Lopes, Museu de Catania/Itália, Museu Municipal de Sintra, Secretaria de Estado da Cultura, Faculdade de Direito, Casa da Cerca, UNISYS, PLMJ – Soc. Advogados, Fundação Carmona e Costa, Banco Comércio e Indústria, Ministério dos Negócios Estrangeiros, etc.), nacionais e estrangeiras.

«Atlas e Livro Vermelho dos Briófitos Ameaçados de Portugal», de Cecília Sérgio, César Augusto Garcia, Manuela Sim-Sim, Cristiana Vieira, Helena Hespanhol, Sarah Stow


Atlas e Livro Vermelho dos Briófitos Ameaçados de Portugal 

Cecília Sérgio, César Augusto Garcia, Manuela Sim-Sim, Cristiana Vieira, Helena Hespanhol, Sarah Stow 

ISBN: 978-989-8618-57-3 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 28,30 euros | PVP: 30 euros 

Formato: 16,5x24 cm (brochado, com badanas) 

Número de páginas: 464 (a cores) 

[ em colaboração com o MUHNAC ]


A brioflora de Portugal Continental integra um total de 704 taxa (incluindo espécies, subespécies algumas variedades consideradas taxonomicamente importantes). Compreende cerca de 40% das espécies europeias e quase 65% de todos os briófitos ibéricos sendo estes organismos indicados como um dos grupos de plantas mais antigo, com grande importância ecológica, fundamentais para a manutenção da biodiversidade dos ecossistemas. São também importantes bioindicadores da qualidade ambiental. A presente publicação foi desenvolvida com suporte no conhecimento da brioflora do país desde as primeiras colheitas no século XIX até aos estudos mais recentes, adoptando critérios e categorias de ameaça propostas pela UICN (IUCN). Para diversas espécies consideradas relevantes é apresentada uma descrição sumária, os dados de ocorrência, a ecologia e distribuição geral, o estado de conservação e sensibilidade no país, um mapa de distribuição, imagens da espécie ou habitat, anotações e bibliografia. 

Este Atlas e Livro Vermelho dos Briófitos Ameaçados de Portugal contempla ainda a Lista Vermelha actualizada, onde para todas as espécies conhecidas no país é indicado o seu estatuto de conservação. Neste Livro são também identificadas áreas prioritárias e propostas medidas específicas para a preservação das espécies, além de informação relativa às comunidades de briófitos com elevado estatuto na Rede Nacional de Áreas Protegidas. 

Autores 
Cecília Sérgio, César Augusto Garcia: Museu Nacional de História Natural e da Ciência / Centro de Biologia Ambiental. Universidade de Lisboa; Manuela Sim-Sim: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa / Centro de Biologia Ambiental; Cristiana Vieira, Helena Hespanhol: CIBIO – Universidade do Porto; Sarah Stow: Museu Nacional de História Natural e da Ciência.



quarta-feira, 9 de abril de 2014

«Eureka», de Puig Rosado



Eureka 
Puig Rosado 

Textos de Alberto Mesquita, Ronald Searle, Carlos Brito 

ISBN: 978-989-8566-47-8 

Edição: Março de 2014 

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 16,5x22 cm (capa dura, com sobrecapa) 
Número de páginas: 128 (a cores) 

[ Em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ]


À primeira vista [os desenhos de Puig Rosado] parecem brotar de imagens do folclore. A leveza, o encantamento e a simplicidade das pessoas que habitam as suas paisagens fantásticas, o brilho das cores orientais, as sombras, tão ricas quanto a sumptuosidade de uma praça de toiros espanhola, aparentam fazer parte de uma desarmante e jubilosa tradição. 
Atraem-nos e aproximamo-nos. Demasiado tarde, apercebemo-nos de que caímos na suculenta armadilha de uma orquídea carnívora. As coisas não são o que parecem. Com um prazer arrepiante, apercebemo-nos de que somos vítimas indefesas da terceira dimensão de Fernando Puig Rosado, do seu sentido de humor cortante. Uma fachada naïf esconde habilidosamente uma deliciosa mas certeira ferroadela. [Ronald Searle, Paris, Junho de 1973] 

Puig Rosado nasceu a 1 de Abril de 1931 em Don Benito, Espanha. Após os seus estudos de medicina em Espanha, mudou o rumo da sua vida dedicando-se ao desenho humorístico e iniciando assim a carreira de cartoonista. Em 1960 estabeleceu-se em França, onde trabalhou na imprensa juvenil (Astrapi, J’aime lire, Okapi, Phosphore, etc.). Publicou também os seus desenhos na Suíça, Inglaterra e Espanha. Trabalhou em publicidade, edição escolar e desenho de animação. Com os cartoonistas Desclozeaux e Bonnot fundou, em 1967, em Avignon, a Sociedade Protectora do Humor. Recebeu o Grand Prix de l’Humour Noir Grandville em 1976 e o Grand Prix de l’Humour Tendre no Salon International du Dessin de Presse et d’Humour de Saint-Just-le-Martel em 2000, ex-æquo com Véronique Deiss. 


terça-feira, 8 de abril de 2014

«Cartoons do ano 2013», de António Antunes, José Bandeira, Carlos Brito, André Carrilho, Augusto Cid, Cristina Sampaio, António Jorge Gonçalves, António Maia e Henrique Monteiro


Cartoons do ano 2013 
Vários autores 

Textos de Alberto Mesquita, Joaquim Vieira, José António Lima 

ISBN: 978-989-8566-48-5 

Edição: Março de 2014 

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 16,5x22 cm (capa dura, com sobrecapa) 
Número de páginas: 128 (a cores) 

[ Em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ]

Os suspeitos do costume (mais ou menos) regressam ao local do «crime»: o Cartoon Xira. Como sempre, o chefe do bando, que responde pelo nome de António e se envolveu nestas actividades desde que há democracia em Portugal, seleccionou os restantes a dedo: Cid (praticante já no tempo da outra senhora, chamada Censura), Maia, CarrilhoMonteiro, Cristina, Gonçalves, Bandeira (recrutado apenas no ano passado) e Brito (outro recém-chegado, que, como emigrante, há muito atemoriza pela calada muitas almas no estrangeiro). Deve-se ficar de prevenção sempre que aparecer uma destas assinaturas escritas em papel de imprensa (e agora até também na Internet). Apesar da sua reincidência, nenhum deles foi ainda neutralizado pela brigada dos bons costumes. Continuam a desinquietar os detentores do poder, morem eles à esquerda ou à direita, sejam nacionais ou estrangeiros, estejam no governo ou na oposição. […] A sua arma de eleição é o cartoon, que utilizam de forma demolidora, causando ataques de riso capazes de deixar os cidadãos indefesos.
[…] A sua colheita de 2013, austero ano de uma demissão «irrevogável» por apenas uma fracção de tempo, de um brutal aumento de impostos, de cortes a torto e a direito, da emergência de uma Miss Swaps, de ajustes de contas em tribunal (Constitucional), de um líder oposicionista a fazer de morto, de um massacre de professores, de uma Alemanha «über alles» e de um Papa de tratar por tu, foi-lhes particularmente proveitosa. 
Resolveram concentrar o melhor desse seu espólio em Vila Franca de Xira, mais uma vez após uma recolha levada a cabo por António […]. 

[Joaquim Vieira in «Aviso à navegação», Cartoons do ano 2013]. 

Os cartoonistas da presente edição de Cartoons são António Antunes [Vila Franca de Xira, 1953], José Bandeira [Lisboa, 1962], Carlos Brito [Lisboa, 1943], André Carrilho [Amadora, 1974], Augusto Cid [Horta, Açores, 1941], Cristina Sampaio [Lisboa], António Jorge Gonçalves [Lisboa, 1964], António Maia [Rio Maior, 1951] e Henrique Monteiro [Guarda, 1969].

segunda-feira, 7 de abril de 2014

«Botânica», de Vasco Araújo


Botânica 
Vasco Araújo 

Texto de Emília Tavares 

ISBN: 978-989-8566-45-4 

Edição: Março de 2014 

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 16x23,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 112 (a cores)


Publicado por ocasião da exposição Botânica, concebida por Vasco Araújo para o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, este livro procura reflectir sobre os interesses e as motivações de um acto criativo de grande profundidade, orientado para uma revisão crítica sobre a nossa memória colectiva, seus mitos e sedimentações mais nefastas. O conceito e a imagem perene de um «exótico» polémico, que nos aprisiona ainda, de alguma maneira, o sentido e o prisma, são elementos trabalhados pelo artista em direcção a uma arqueologia dos significados, revelando simultaneamente uma extraordinária convicção imagética, social e política. [David Santos

Botânica é uma série incómoda, desafiante da nossa habitual modorra perante um passado comprometedor. As imagens com que o artista nos confronta são, ainda hoje, polémicas, muitas foram resguardadas do olhar das gerações que se seguiram ao império e à guerra colonial, como forma de desresponsabilizar consciências e introduzir semânticas opacas de luso-tropicalismo e lusofonia. Existe, na obra de Vasco Araújo, um permanente esforço de conhecimento do Outro, afirmando-se como um dos raros artistas, no panorama contemporâneo nacional, com importantes contributos para a cultura de pensamento sobre o mesmo. […] O tema da discriminação está presente em grande parte do trabalho de Vasco Araújo, nas suas mais variadas facetas e contextos […]. A violência, a sexualidade, o género, a educação, a violação de direitos humanos, as estratégias de submissão, a anulação de culturas e pensamentos, de estruturas políticas, sociais e económicas, bem como a construção de estereótipos na premissa do «exótico» são os temas desta nova série. [Emília Tavares

Vasco Araújo nasceu em Lisboa, em 1975, cidade onde vive e trabalha. Em 1999 concluiu a licenciatura em Escultura pela FBAUL, e entre 1999 e 2000 frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da Maumaus em Lisboa. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e colectivas tanto nacional como internacionalmente. Em 2003 recebeu o Prémio EDP Novos Artistas. O seu trabalho está publicado em vários livros e catálogos e representado em diversas colecções, públicas e privadas, como no Centre Pompidou, Musée d’Art Moderne (França); Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal); Museo Nacional Reina Sofia, Centro de Arte (Espanha); Museum of Fine Arts Houston (EUA), Pinacoteca do Estado de S. Paulo (Brasil).

sábado, 5 de abril de 2014

«Notas Sobre uma Arte Útil» e «Da Cegueira dos Pintores», de Júlio Pomar


Notas Sobre uma Arte Útil – Parte escrita I (1942-1960) 
Júlio Pomar 

Introdução de Sara Antónia Matos 
Organização de Pedro Faro 

ISBN: 978-989-8566-42-3 

Edição: Março de 2014 

Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros 
Formato: 16x22 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 328

A publicação dos textos críticos de Júlio Pomar procura trazer ao conhecimento do público uma parte fundamental da sua obra, muitas vezes esquecida em detrimento dos seus desenhos e pinturas. Os textos críticos que produziu, o pensamento que neles se materializa, certificam o autor, não apenas como artista, mas também como um sujeito da escrita e um agente profundamente inquieto que não evita tomar posições. A edição em três volumes abrange os primeiros textos, tinha o artista 16 anos de idade, passando pela sua fase madura, indo até ao último texto, escrito em 2013. Notas Sobre uma Arte Útil, Parte Escrita I (1942-1960); Da Cegueira dos Pintores, Parte Escrita II (1985); Temas e Variações, Parte Escrita III (1968-2013), dão a conhecer o pensamento crítico do pintor, as relações que o artista estabeleceu com as obras dos seus pares, com a história da arte, mostrando que os desenvolvimentos da arte moderna não se produzem isoladamente. Particularmente, Notas Sobre uma Arte Útil, este primeiro volume da Parte Escrita, abarca textos de teor político, incluindo os do período neo-realista, escritos até 1960 (momento em que o artista parte para Paris), nos quais se evidencia uma vinculação da arte à utilidade. A arte e a escrita têm, entre outros, o propósito da denúncia, da resistência, do comentário social e de veicular correntes ideológicas. [Sara Antónia Matos



Da Cegueira dos Pintores – Parte escrita II (1985) 
Júlio Pomar 

Tradução de Pedro Tamen 
Introdução de Sara Antónia Matos 
Organização de Pedro Faro 

ISBN: 978-989-8566-43-0 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 9,43 euros | PVP: 10 euros 
Formato: 16x22 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 134

Da Cegueira dos Pintores, Parte Escrita II (1985) repõe nas mãos do público um conjunto de ensaios irrepetíveis sobre a pintura, sobre a actividade artística e sobre a própria natureza do olhar. Este conjunto de ensaios, que se pode considerar também uma cartilha para os profissionais, reveste-se de um teor literário e estético que coloca a actividade artística, sobretudo a pintura, ao nível do pensamento filosófico. [Sara Antónia Matos

Não é fácil o autor falar da sua própria pintura, mesmo olhando-a «com olhos frios», como um «intruso», já que, segundo o pintor-escritor, «a pintura começa onde já não se pode falar dela, onde as palavras fracassam e vogam à deriva». Este livro não é a resposta à pergunta nunca feita («E que pensa você de si mesmo?») mas uma deambulação, ou preferencialmente «uma ruminação no vazio», que é a decomposição das imagens pela palavra. […] Partindo da sua obra, a «imagem deu origem a outras imagens» em «sucessivos encaixes ou desencaixes», até atingir as raízes da arte contemporânea. Passando por Bacon, para dissecar Matisse e Cézanne, o pintor-escritor escapa do vazio da palavra-discurso, para analisar «o diálogo entre o que o pintor quer e o que o pintor faz». Neste itinerário literário, o artista expôs-se a numerosos perigos, mas, tal como um «herói da ficção», escapou ao perigo da autocontemplação, ou ao deserto da análise-vazio-estético. E tudo termina bem quando reconhece «a paixão do pintor: quotidiana partida do mundo (partida no sentido de pregar partidas?). Rito solitário, festa mistério, calvário, droga, bebedeira. Merda para os pintores aplicados (eu incluído)». [Osvaldo de Sousa, «Da cegueira dos pintores», in Diário de Notícias, supl. «Cultura», Lisboa, 1986]


Júlio Pomar [Lisboa, 1926] vive e trabalha em Paris e Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto. No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas. Tem-se dedicado especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e «assemblage», ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Foram-lhe atribuídos vários prémios, nomeadamente o Prémio de Gravura (ex-aequo) na sua I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, o 1.º Prémio de Pintura (ex-aequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961, o Prémio Montaigne em 1993, o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. Além de diversos textos publicados em revistas e catálogos, sobre outros artistas e sobre a sua própria obra, Pomar é autor de livros de ensaios sobre pintura.


CADERNOS DO ATELIER-MUSEU JÚLIO POMAR

sexta-feira, 4 de abril de 2014

«Greco ou O Segredo de Toledo», de Maurice Barrès


Greco ou O Segredo de Toledo 
Maurice Barrès 

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN: 978-989-8566-19-5 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 9,43 euros | PVP: 10 euros 
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 96 (com imagens a cores)


Hoje, Maurice Barrès [Charmes (Vosges), 1862 – Neuilly-sur-Seine, 1923] é largamente referido nas histórias da literatura francesa; é o autor de La Colinne Inspirée, o seu mais belo romance, o homem de Les Dérracinés, romance a várias vozes onde talvez possa ver-se anunciado o fascismo europeu de trinta anos mais tarde, ou deste Greco onde as descobertas de Toledo e do seu pintor se interpenetram sob um olhar crítico, e para fazer o que ele próprio reconheceu como narrativa de uma «ideologia apaixonada». Em 1902, durante a sua demorada peregrinação em Toledo, Barrès entusiasmava-se com o que era então o mais «difícil» pintor da Espanha; com o Greco que nesses anos de públicos muito pouco receptivos às brutais divergências do seu hábito, com olhares só educados pelas regras, hostilizava as suas alongadas e distorcidas proporções humanas; com esse pintor, visto como lúgubre e obscuro, quase resumido a verdes, azuis e amarelos, com carnes de cadáver e raros vermelhos que aos profanos lembravam sangue quente; com a sua arte, que ao querer retratar um povo dividido entre origens mouriscas e semíticas mas dominado pela fé cristã, reivindicava um espaço (dir-se-ia que impossível de encontrar) onde fosse reconhecível a síntese dos padrões do Renascimento e do Barroco, dos artificialismos maneiristas, mas também um frio despojamento não fatal à sua febre de sonho e revelação. O Greco de Barrès não é apenas o génio exterior às normas da pintura da sua época, mas a verdade fugidia da alma toledana. E quando nos enfrenta, esguio e «astigmático», pede para vermos como conferiu aos seus corpos a alma que deles constantemente se escapa. 

Aníbal Fernandes, «Apresentação»

«Bubu de Montparnasse», de Charles-Louis Philippe


Bubu de Montparnasse 
Charles-Louis Philippe 

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN: 978-989-8566-27-0 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros 
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 144


A história contada em Bubu – que poderia ter-se limitado a prolongar outras histórias que em Zola ou nos Goncourt rondam os meios da prostituição – isolava-se por uma diferença. Fazia a sua denúncia com uma ambiguidade incómoda para muitos leitores dessa época, dir-se-á que escondia mal um elogio da força, que se afastava do bom exemplo moralizador e se decidia por um desfecho que dava vitória aos opressores. Philippe [Cérilly (Allier), 1874 – Paris, 1909] denunciava uma realidade parisiense do seu tempo apoiando-se em factos e em números, como se depreende de uma das suas cartas: «Continuo os meus estudos sobre a prostituição. […] E descubro coisas horríveis. Sífilis, alcoolismos, canalhice, são os fenómenos quotidianos de mais de cinquenta mil mulheres de Paris. […] Sinto sobretudo uma compaixão imensa por esta miséria.» De tudo isto o seu romance fez um retrato implacável mas com voz de homem seduzido pela força pessoal, incapaz de evitar uma vitória do «fortalhaço» Bubu. Que no mundo as coisas vão mal e os fortes vencem, é uma das afirmações que mais facilmente se extraem do seu texto. […] Em toda a sua obra literária Philippe inventa pouco e constrói levemente uma ficção que olha a sua própria vida ou o que bem perto dela andou. Os factos de Bubu de Montparnasse são quase todos reais. 

Aníbal Fernandes, «Apresentação»

Já houve muitos romances sobre a vida no seu baixo nível, sobre o vício e a degradação das grandes cidades. Romances de sentimentalismos, romances de sátira, romances de indignação, romances de reforma social, romances de luxúria. Bubu de Montparnasse consegue não ser nada disto e não pertence ao último caso, categoricamente. É certo que Philippe incomoda e demora-se, complacente, no que podemos sentir pelo mundo como ele é; mas não tem um remédio que lhe permita fazer uma argumentação. É ao mesmo tempo compadecido e desapaixonado; no seu livro não condenamos ninguém, nem sequer condenamos um «sistema social»; e ao lê-lo, até o mais virtuoso poderá sentir isto: pequei enormemente por pensamento, palavra e obra. 

T.S Eliot, «Prefácio»