sexta-feira, 22 de abril de 2016

A Liberdade ou o Amor I Robert Desnos



A Liberdade ou o Amor
Robert Desnos

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
Capa de Cruzeiro Seixas

ISBN: 978-989-8833-04-4

Edição: Março de 2016

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 144




Onírico e surrealista. Audaciosamente erótico. Irreprimivelmente subversivo.

«A eternidade; eis o sumptuoso teatro onde a liberdade e o amor se chocam para me possuir. Por todos os lados a eternidade me rodeia como uma casca de ovo imensa; e eis que a liberdade, bela leoa, me convida a segui-la. E são caminhos de areia debaixo de um céu uniforme, grandes dunas, nuvens idênticas. Mas a liberdade, bela leoa, a seu bel-prazer se transforma. Aqui a tendes tempestade convencional sob nuvens imóveis; aqui a tendes mulher com boné frígio, viril nas tribunas da Convenção e na Esplanada dos Frades Bernardos. Mas, já mulher, ainda conseguirá ser esta maravilhosa, ser ainda esta predestinada palavra no olimpo das minhas noites, mulher flexível, e seduzida, e já o amor? O amor com os seus seios rudes e o seu colo frio. O amor com braços aprisionadores, o amor com vigílias movimentadas a dois numa cama coberta de rendas.» [Robert Desnos]

Depois de A Liberdade ou o Amor, Robert Desnos [Paris, 1900 – Teresin, 1945] teve dezoito anos de vida para se exercer como poeta de versos, jornalista, crítico literário e de cinema, vendedor imobiliário; para ser o argumentista de filmes […], para ser autor de um programa radiofónico célebre (La complainte de Fantômas), para escrever os textos líricos do filme Panurge de Michel Beruheim, a letra da cantata feita para a inauguração do Museu do Homem, com música de Darius Milhaud… Teve uma actividade intelectual intensa e ocasião para se afirmar como um dos maiores poetas da sua geração; pôde reunir os seus poemas mais significativos em dois livros, Corps et biens (1930) e Fortunes (1942) (com o longo poema Siramour onde Lisboa é cinco vezes citada); e conseguir escrever um quase-romance, Le vin est tiré…(1943), onde lamenta e comenta os malefícios da droga (Desnos foi um viciado opiómano)… Mas […] houve um fatal acidente ligado à sua corajosa militância anti-fascista.
Os artigos que assinou no jornal Aujourd’hui, odiado pela extrema-direita, e com o pseudónimo Cancale num jornal clandestino anti-alemão, marcaram-no durante a presença nazi como um alvo a abater. Foi preso em 22 de Fevereiro de 1944; deportado para Compiègne, depois para Auchwitz, Buchenwald, Flossenburg, Flöha, e finalmente para Teresin na Checoslováquia. [Aníbal Fernandes]

Sem comentários:

Enviar um comentário