terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Caso Kurílov I Irène Némirowsky


O Caso Kurílov
Irène Némirowsky

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8833-15-0

Edição: Novembro de 2016
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 176


Schopenhauer: «Se conseguires descer até ao
coração do mais detestado dos teus inimigos,
tu próprio ali te encontrarás.»



Neste livro sobressai uma curiosa história de coabitação entre o assassino e a sua vítima. Lev M…, assumindo uma falsa identidade de médico, introduz-se nos mais íntimos círculos de um feroz ditador cuja eliminação física é preconizada pelos comités revolucionários de inspiração comunista. Mas o conhecimento profundo da natureza humana revela-se o pior dos inimigos da pureza revolucionária. Apesar de Kurílov ser visto por Lev M… como «o imbecil», «o cachalote», o «déspota frio», sentimentos de obscura piedade acabarão por fazê-lo fraquejar perante aquele enorme declínio do corpo roído por um cancro do fígado, aquela erosão, aquele doloroso crepúsculo de poder. E a Lev M…, quando escreve estas memórias e ele próprio já tem no seu passado um período de vida em que praticou, ao serviço da revolução socialista, actos de crueldade tão fria como a do ditador czarista, só lhe resta uma consciência melancólica de derradeiros dias, aquela que o sol ameno de Nice mal consegue iluminar. [Aníbal Fernandes]
O Caso Kurílov [1933] é a sexta obra publicada de Irène Némirowsky [Kiev, 11 de Fevereiro de 1903-Auschwitz, 17 de Agosto de 1942.], escritora de língua francesa. Entre os seus romances mais conhecidos destacam-se David Golder (1929), já publicado na Sistema Solar, Le Bal, La Proie (1938), Les chiens et les loups (1940) e Suite française, obra póstuma vencedora do prémio literário Renaudot de 2004.

A Viúva do Enforcado I Camilo Castelo Branco


A Viúva do Enforcado
Camilo Castelo Branco

ISBN: 978-989-8566-81-2

Edição: Novembro de 2016
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 144


— Olha, se eu dava a minha filha a esse Herodes! Credo!
Que vá casar com o diabo que o leve, Deus me perdoe!


«Teresa amava-o ardentemente. Aquele rapaz era, com efeito, o que devera ter sido o artista de Guimarães para que as duas almas se identificassem. António Maria era arrojado nas aspirações e invejava a morte duns heróis revolucionários, cuja história contava à viúva entusiasta.
Dramatizava coisas insignificantes com atitudes trágicas. Declamava com o timbre metálico de pulmões que se ensaiavam para o fôlego comprido das pugnas parlamentares. Sabia o gesto e a palavra atroadora de Desmoulins e Mirabeau.
Era um homem antípoda do defunto Guilherme. Não tinha cismas, arroubos, nem enlevos pelo azul dos céus além. O seu amor manifestava-se em convulsões assustadoras, e às vezes ajoelhava-se aos pés de Teresa com a humildade de uma criança, e não ousava beijar-lhe a barra do vestido. Se lhe apertava, porém, a mão, os seus dedos fincavam-se como garra do açor, e o sangue latejava-lhe nas falanges. Dizia que tinha vontade de afogá-la nas suas lágrimas, e morrer. Chamava-lhe a sua redentora, porque já não pensava em estrangular os tiranos da pátria, desde que todo o seu futuro estava no amor ou no des prezo da única dominadora do seu orgulho. Se Teresa um dia lhe desse o seu destino, queria ir com ela para a América inglesa, para o coração do mundo onde pulsa a liberdade humana. Se lá a não encontrassem, iriam procurá-la no deserto; à sombra de uma palmeira fariam uma cabana, e no seio de um areal cavariam a sepultura de ambos. Este homem tinha lido as melhores asneiras de 1829: a Adriana de Brianville e Amélia ou os efeitos da sensibilidade; e conhecia Atalá, traduzido em 1820, e as Aventuras do último abencerragem, em 1828. Possuía literatura bastante para levar a peçonha dos romances ao serralho de Mahmoud II.» [Camilo Castelo Branco]

Camilo Castelo Branco [Lisboa, 1825–Vila Nova de Famalicão, 1890] dominou a segunda geração romântica e pode considerar-se como seu maior representante. Dentro da sua vastíssima obra, o género mais importante é a novela e o conto, género em que criou algumas obras-primas e com as quais preencheu o melhor de vários volumes.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Fotogramas – Ensaios sobre fotografia I Margarida Medeiros (Coord. e Org.)


Fotogramas – Ensaios sobre fotografia

Coordenação e organização de Margarida Medeiros

Textos de António Fernando Cascais, Filipe Figueiredo, Luís Mendonça, Margarida Medeiros, Maria Augusta Babo, Maria Irene Aparício, Maria João Baltazar e Fátima Pombo, Miguel Mesquita Duarte, Nélio Conceição, Siegfried Kracauer, Susana Lourenço Marques, Susana S. Martins, Teresa Castro, Victor dos Reis, Victor Flores.

ISBN: 978-989-8833-01-3

Edição: Outubro de 2016
Preço: 16,04 euros | PVP: 17 euros
Formato: 16 x 22 cm [brochado]
Número de páginas: 224

A história da fotografia oscilou sempre entre o assumir do valor documental da imagem, enquanto indexicalidade pura, e a forma como diferentes épocas se pretenderam demarcar dela, a partir do dispositivo da Arte mas também do jogo e da experiência lúdica que a fotografia propicia desde o seu início. Devido ao seu carácter de representação «pobre» (Dominique Baqué 1996), mas, simultaneamente, face à incontornável vizinhança que estabelecia com a pintura, foi abordada simultaneamente como objecto industrial e como forma de arte. A sua história e ontologia oscilaram assim entre o formalismo oriundo da História da Arte e uma visão mais populista que, ao pretender abranger toda a transversalidade cultural da fotografia (todos os seus géneros) procurou também generalizar sobre a sua natureza artística.
[…]
O que hoje se constata, com a investigação das últimas duas décadas e para a qual os ensaios deste livro pretendem contribuir, é que a História da Fotografia não é una, e por essa razão, fundamental à sua compreensão, nunca poderá ser UMA.
Este livro, saído de um colóquio realizado há já três anos, é o fruto dessa interrogação sobre a ontologia do médium numa era já qualificada por pós-fotografia, centrando-se na prática teórica de investigadores portugueses que têm trabalhado sobre arquivos institucionais, fotografia artística, edições fotográficas, produzindo ensaios que vêm, justamente, contribuir para uma visão dispersa, contraditória, fragmentada, da história da fotografia. [Margarida Medeiros, 2016]

Pre-Apocalypse Now – Diálogo com Maria João Cantinho sobre política, estética e filosofia I Sousa Dias



Pre-Apocalypse Now – Diálogo com Maria João Cantinho sobre política, estética e filosofia
Sousa Dias

ISBN: 978-989-8834-42-3

Edição: Novembro de 2016
Preço: 10,38 euros | PVP: 11 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 88


Vivemos numa época de amálgamas espúrias, que confunde pensamento e comunicação, crítica e marketing, teoria e opinião de «especialista», pensador e intelectual mediático ou jornalista cultural. Época de sobre-informação mas, paradoxalmente, época antipensamento, de extravio generalizado do sentido do pensamento, de refluxo do pensamento sob todas as suas formas. E, não por acaso ou por coincidência, época de uma extrema desumanização do humano, da dessubstancialização da subjectividade humana, como diz Žižek, do mais dócil e cobarde corpo social, como diz Agamben.
Uma catástrofe do pensamento, de que o «fim das ideologias» é uma reverberação, e com ela um desastre do humano, desastre absoluto no qual estaremos talvez só a entrar, um pré-apocalipse espiritual para o qual não se vislumbra saída. Escreve noutro texto Agamben que, enquanto o animal pode a sua potência, variável de espécie para espécie mas definida de uma vez por todas pela sua natureza ou «vocação biológica», o homem, desprovido de natureza, é aquele ser que pode a sua própria impotência. «A grandeza do seu poder mede-se pelo abismo da sua impotência». A saída da presente situação do humano, a existir, passará necessariamente pelo pensamento, quer dizer, pelo poder ilimitado, desmedido, dessa impotência do homem.

Sousa Dias nasceu no Porto em 1956. Professor. Publicou, entre outros livros, Lógica do acontecimento — introdução à filosofia de Deleuze, O Que é Poesia?, Grandeza de Marx — por uma política do impossível, Žižek, Marx & Beckett — e a democracia por vir e O Riso de Mozart — música pintura cinema literatura.

Rui Calçada Bastos

Rui Calçada Bastos

Textos de João Pinharanda e Sabrina van der Ley

ISBN: 978-989-8834-50-8

Edição: Janeiro de 2017
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros
Formato: 20 x 25,9 cm [brochado]
Número de páginas: 120 a cores

[ Em colaboração com a Fundação Carmona e Costa e a Fundação EDP ]


Livro publicado em parceria com a Fundação Carmona e Costa por ocasião da exposição «Walking Distance», de Rui Calçada Bastos, na Sala Cinzeiro 8 (Nov. 2016 – Jan. 2017), no maat / Fundação edp, com curadoria de João Pinharanda.

O trabalho de Rui Calçada Bastos obriga-nos a considerar o mundo como uma realidade próxima embora misteriosa e inesperada. Neste sentido aproxima-nos de alguma poesia contemporânea que lida com palavras comuns, imagens planas, situações totalmente vulgares fazendo que a exposição dessa banalidade, a sucessão de episódios sem qualquer grandiloquência, drama ou lirismo se torne, exactamente, o palco de exposição das emoções (hoje) possíveis, e possa ser, afinal, o lugar onde se revelam as possibilidades de abertura ou de afundamento dos seres.
O real que Rui Calçada Bastos regista parece próximo – porque nenhum segredo parece esconder as imagens que nos apresenta; elas são aquilo que são, sem a adição de qualquer elemento do que, em linguagem comum, entendemos por beleza; são pormenores de um mundo urbano e sempre incompleto (porque em movimento perpétuo, porque nunca terminado, porque já em desagregação). Mas quanto mais banais nos (a)parecem essas imagens, mais obscuras resultam, mais se inverte ou se desdobra o seu significado. É nisso que consiste o resvalar ou o desvio que referimos; marcado, por vezes, por jogos visuais de decifração e adivinhação dos sinais de reconhecimento do real, por jogos de simetria e desmultiplicação de imagens mas garantindo, também, pequenas narrativas abertas que, partindo de registos instantâneos e sem significado inicial, vão ganhando espessura à medida que se olham, que se relacionam com outras imagens registadas/colocadas antes ou depois ou ao lado de…[João Pinharanda]

Rui Calçada Bastos (Lisboa, Portugal, 1971) estudou Pintura na Escolas de Belas-Artes do Porto e de Lisboa, assim como Artes Visuais no Ar.Co, em Lisboa. Após uma estada em Paris, na Cité international des Arts, mudou-se para Berlim em 2002 para efectuar uma residência artística na Kunstlerhaus Bethanien. Em 2004, Calçada Bastos recebeu o prémio Arbeitstipendium der Senatsverweltung fur Wissenschaft, Forschung und Kultur em Berlim. Em 2005, em colaboração com os artistas Sergio Belinchón, Santiago Ydañez, Paul Ekaitz e Antonio Mesones, fundou a galeria Invaliden1, um espaço gerido por artistas em Berlim. Até 2015, Invaliden1 apresentou e expôs obras de cerca de cem artistas contemporâneos de todo o mundo. O trabalho de Rui Calçada Bastos foi exposto em inúmeros museus em Portugal e no estrangeiro e está representado internacionalmente em diversas colecções públicas e privadas.

O Museu como Veículo de Desenvolvimento Crítico e Social


O Museu como Veículo de Desenvolvimento Crítico e Social
Uma visão integrada do Serviço Educativo 
do Atelier-Museu Júlio Pomar

Apresentação de Sara Antónia Matos

Textos de Liliana Coutinho e Sara Antónia Matos 
Fotografia de Teresa Santos

ISBN: 978-989-8834-48-5

Edição: Novembro de 2016
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 17,6 x 21,6 cm [brochado]
Número de páginas: 140

[ Em colaboração com o Museu-Atelier Júlio Pomar ]


Na contemporaneidade, os museus anseiam, cada vez mais, chegar a novos públicos e marcar a diferença na vida das pessoas. Além da actividade expositiva, a instituição museológica procura agora gerar eventos de todo o género (conferências, debates, workshops, simpósios, visitas às reservas, lançamentos de publicações, etc.) e transformar-se num fórum aberto à experiência da partilha e à discussão crítica. […]
No âmbito desta nova dinâmica, esta publicação, O museu como veículo de desenvolvimento crítico e social, dá conta do trabalho realizado durante três anos e meio pelo Serviço Educativo no Atelier-Museu Júlio Pomar e surge como o meio e o momento oportunos para se reflectir sobre a função deste serviço no domínio mais lato da acção do museu.
O Serviço Educativo arrancou com a abertura do equipamento no dia 5 de Abril de 2013 por se considerar indispensável para a criação de ferramentas relacionadas com as obras de arte e com as exposições que, em si mesmas, envolvem a proposição de discursos e ideias; e fundamental para ajudar a estruturar um espaço de construção da subjectividade e do posicionamento ideológico, o qual é tanto mais efectivo quanto mais hábitos de pensamento crítico houver. É isso que constitui a verdadeira liberdade e é esse espaço que os museus, muitas vezes através dos serviços educativos, ambicionam implementar. Haverá conceito mais difícil de cumprir e de ajudar a construir do que a liberdade?
[…]
O Serviço Educativo pode incutir a ideia de que o contacto com a arte envolve uma «responsabilidade comum»: a capacidade que os cidadãos têm em conjunto, uns artistas e outros não, uns mais especializados e outros menos, para transformar a sua vida e o mundo que habitam.
Isso significa que os sujeitos participam na construção e representação do seu espaço, e têm a capacidade de manifestar a sua voz, aparecendo e fazendo-se ouvir. Deste modo, inverte-se o mito da origem e o do destino, atribui-se poder de transformação ao receptor, a obra artística é pensada como um dispositivo que participa nessa modificação e o museu pode transformar-se num veículo de desenvolvimento crítico e social.

[Sara Antónia Matos]

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"Tirée par... A Rainha D. Amélia e a Fotografia", no Porto

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Inauguração da exposição
Tirée par... A Rainha D. Amélia e a Fotografia
21 de Janeiro, pelas 11h30
Centro Português de Fotografia
Edifício da ex-Cadeia e Tribunal da Relação do Porto
Largo Amor de Perdição - 4050-008 Porto


A exposição, comissariada por Luís Pavão, reúne cerca de 130 imagens das colecções do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança e do Palácio Nacional da Ajuda e é produzida em parceria pela Fundação da Casa de Bragança, Palácio Nacional da Ajuda e Centro Português de Fotografia. 


21 de Janeiro de 2017 - 21 de Maio de 2017

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Monografia de Rui Calçada Bastos I Lançamento

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Monografia de Rui Calçada Bastos

Lançamento
Sábado, 7 de Janeiro de 2017, às 16 horas
Com a presença de 
Manuel Costa Cabral, Ana Anacleto, Sabrina van der Ley

Fundação Carmona e Costa
Edifício Espanha, Rua Soeiro Pereira Gomes, Lote 1, 6º A e D - 1600-196 Lisboa

www.sistemasolar.pt + 2 livrarias


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A Sistema Solar é uma editora independente que edita, desde 2012, as chancelas Documenta e Sistema Solar. Privilegia os domínios da Arte, da Literatura e das Ciências Sociais e Humanas. 

Pode visitar-nos nesta livraria online e  nas duas livrarias de Lisboa 

Livraria Sistema Solar Rua Passos Manuel
R. Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa | Telefone 213583030 livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h 

Livraria Sistema Solar Chiado 
Pátio Siza - R. Garrett, 10 | R. do Carmo, 29, Lisboa | Telefone 212460505 
segunda-sábado: 12h-19h | domingo: 15h-19h

Antes de passar pelas nossas livrarias ou pela sua livraria habitual, pode 
folhear e ler excertos dos nossos livros em https://issuu.com/sistemasolar (em actualização).

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny no Cinema

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O que a Cláudia Rita Oliveira nos oferece é da ordem do ouro. Guarda-se na caixa inacabável do coração. Valter Hugo Mãe, in Jornal de Letras

Primeiro documentário sobre a relação amorosa entre os nomes maiores da arte portuguesa, Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny. Bruno Horta, in Observador 

É um objecto de liberdade absoluta, feito de confissões e de achados espontâneos. Uma revelação. Rui Tendinha, in Jornal de Notícias Magazine

(...) Um documentário tocante onde se joga por inteiro. João Paulo Cotrim, in Vogue